Alongamento: IGF-1, bag-stretching e hipertrofia.
Constantemente ouvíamos “marombeiros” falando: “não alongue pois
atrapalha o ganho de massa muscular!”,”alongamento não serve para
nada!”. O legado desta teoria infundada é o grande número de malhadores
com a musculatura encurtada, vemos freqüentemente bíceps que não
estendem totalmente, ombros projetados à frente, escápulas elevadas…
Muitos desconhecem que o alongamento não serve só como meio de
profilaxia de lesões ou na promoção da batidíssima qualidade de vida. Na
verdade exercícios de alongamento podem favorecer o anabolismo através
de duas maneiras distintas: aumento do espaço físico dentro da fibra
muscular e liberação de hormônios anabólicos
Alguns autores acreditam que o alongamento da célula favorece o
crescimento da fibra muscular por aumentar o espaço físico (HAUSSINGER,
1990 e 1993; MILLWARD, 1995). Supõe-se que ao “esticarmos” a célula,
ocorre a dilatação dos tecidos conjuntivos que as envolvem. Além disso,
há uma relação de proporcionalidade direta entre dimensão da célula
muscular e sua quantidade de núcleos (ALLEN et al, 1995; MOSS, 1968).
Outra suposição é que o contato físico entre as células musculares pode
ser um sinal para que as células satélites permaneçam inativas, portanto
ao aumentar-se o espaço entre as fibras, tais células ativam-se e
formam novos núcleos e/ou novas fibras (BISCHOFF et al, 1990).
Lembre-se: no núcleo se encontra o DNA, a partir do qual é sintetizado o
RNAm, que por sua vez direciona o processo de síntese protéica. Tire
daí sua conclusão…
Existem autores que se referem à hipertrofia ao aumento do IGF-1 em
animais submetidos a alongamentos. Os resultados são impressionantes, os
músculos chegam a crescer 85% e a expressão de RNAm para a síntese de
IGF-1 aumenta até 40 vezes. Diversas pesquisas publicadas verificaram
que o alongamento é uma maneira extremamente eficiente e rápida de
induzir hipertrofia, proporcionando aumento na produção de proteínas
contráteis e no número de sarcômeros, tanto em série, quanto em
paralelo, o que obviamente pode ser ainda mais significativo com a
utilização concominante de sobrecarga. (GOLDSPINK, 1999, JAMES et al,
1997, MITCHELL et al, 1999, YANG et al, 1996; YANG et al, 1997). Mas
lembre-se que há inegáveis limitações na generalização das pesquisas
acima, pois é muito difícil reproduzir as metodologias em humanos.
Na prática, existem diversas maneiras de aproveitar os exercícios de
alongamento, muitos fisiculturistas, por exemplo, utilizam-se deles
entre suas séries, o único cuidado a ser tomado é com a intensidade,
pois um exagero na amplitude ocorrida na hora e maneira erradas pode
causar lesões nos músculo e demais tecidos, o que te afastará dos
treinos por um bom tempo. É interessante ressaltar que a maioria dos
estudos refere-se a alongamentos intensos, o que seria entendido como
treinos de flexibilidade, há relatos de estiramentos superiores à 20% do
comprimento normal do músculo mantidos por horas, dias e até semanas, o
alongamento leve, estilo relaxamento, certamente tem um efeito
importante, mas dificilmente lhe trará os benefícios citados neste
artigo.
Se você acreditava na antiga teoria de negligenciar (ou negar) o
alongamento, pode ser que tenho sub-utilizado seu potencial de
crescimento, pois, ao contrário do que se dizia, o alongamento ajuda, e
muito, o processo de hipertrofia. Então o que você está esperando:
ALONGUE-SE.
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