Na medida certa o exercício físico
provoca várias alterações fisiológicas, metabólicas, musculares e
psicológicas que melhoram a qualidade de vida do indivíduo. Porém, no
sentido inverso, o excesso pode provocar uma doença que torna esse mesmo
indivíduo cansado, desanimado, fadigado, inapetente, suscetível às
lesões e o faz desistir de fazer exercícios.
OVERTRAINING significa uma sobrecarga ou
um excesso de estimulação: um aumento muito rápido do número ou da
intensidade das sessões de treinamento, instruções forçadas de
movimentos tecnicamente muito difíceis, métodos de programas de
treinamentos unilaterais ou muito intensos, pausas de recuperação
insuficientes, alimentação deficiente e outros distúrbios (vide keul
1978, Findeisen/Linke/Pickenhain 1976, Israel 1976).
O overtraining era um sintoma associada
somente a atletas profissionais e amadores. Porém, atualmente, o culto
ao corpo perfeito está desenvolvendo essa doença nos frequentadores de
academias, principalmente no verão, quando muitas pessoas fazem dietas
hipocalóricas e ficam horas na academia, com a doce ilusão que irão
“secar” e “ganhar” massa muscular rapidamente. Nessa busca incessante
pelo corpo “sarado” muitos exageram e acabam ficando doentes e desistem
de se exercitar e, assim não conseguem sequer chegar perto dos seus
objetivos.
O excesso de treinamento pode ser distinguido em basedovóideo (SIMPATICOTÔNICO) e adisonóideo (PARASSIMPATICOTÔNICO):
OVERTRAINING BASEDOVÓIDEO (SIMPATICOTÔNICO):
Caracteriza-se pela predominância de processos de estimulação e intensa
atividade motora. A recuperação após as atividades (cargas) é
insuficiente e retardada. É facilmente diagnosticado, pois o indivíduo
sente-se doente e com diversos sintomas característicos (segundo israel
1976):
Suscetibilidade à fadiga, excitação,
distúrbios do sono, inapetência, perda de peso, tendência ao suor, suor
noturno e mãos úmidas, olheiras, palidez, dores de cabeça frequentes,
taquicardia, variação da pressão arterial, maior frequência cardíaca de
repouso (FC), aumento do metabolismo, temperatura corporal levemente
aumentada, dermografismo vermelho e difuso, retorno lento/retardado da
(FC) ao seu valor inicial após atividade física, comportamento usual da
pressão arterial (PA), hirpepnóia anormal sobre atividade,
hipersensibilidade sensorial (sobretudo acústica), pouca coordenação dos
movimentos, redução do tempo de reação, reações erradas, tremor,
recuperação retardada, intranquilidade interior, rápida estimulação,
excitação, depressão.
OVERTRAINING ADINOSONÓIDEO (PARASIMPATICOTÔNICO):
Caracteriza-se pela predominância de processos de inibição, fraqueza
física e falta de atividade motora. O indivíduo não se encontra em
condições de mobilizar a energia necessária para participar de uma
competição ou realizar exercícios de alta intensidade que fazia antes.
Essa forma de overtraining é mais difícil de ser reconhecida,
pois quando em repousao não apresenta sintoma algum, os sintomas
sobrevêm furtiva e inesperadamente (segundo israel 1976):
Leve fadiga (anormal), inibição,
ausência de distúrbios do sono, apetite normal, peso constante,
temperatura corporal normal, nenhum sintoma de cefaleia, bradicardia,
metabolismo normal, temperatura corporal normal, retorno rápido da (FC)
ao seu valor inicial após atividade física, aumento da PA (>100 Torr)
durante e após atividades, nenhuma dificuldade respiratória, baixa
coordenação dos movimentos (apenas sob atividades/cargas de alta
intensidade), tempo de reação normal ou levemente maior, boa capacidade
de recuperação, tranquilidade, humor normal.
Obs.: As medidas para tratamento de ambas as formas de overtraining devem ser avaliadas e orientadas por um médico especialista.
A seguir, (segundo Israel 1976):
Obs: A exclusão de todos os fatores sociais e biológicos que favorecem a instalação de um ou outro tipo de overtraining:
MEDIDAS PARA TRATAMENTO OVERTRAINING
OVERTRAINING BASEDOVÓIDEO (SIMPATICOTÔNICO):
Grande redução do treinamento específico: resistência básica, nenhuma
intensidade, e em casos mais difíceis, recuperação ativa: natação,
jogos, ginástica de relaxamento, mudança de ambiente (de média
altitude), leve radiação ultravioleta, massagens, banhos com variação de
temperatura (bromo, Baldriam, etc.), sauna leve.
ALIMENTAÇÃO: Rica; alimentação básica
enriquecida com polivitamínicos (A, B, C); proteínas até 2g/dia,
eventualmente (RECEITADOS POR MÉDICO ESPECIALISTA) estomáquicos,
psicofármacos, sedativos, tônicos, (álcool em pequenas
doses-estomáquicos e sedativos), hipnóticos, psicoterapia:
tranquilizante e de relaxamento.
Overtraining basedovóideo, quando
corretamente tratado, pode ser resolvido num período de 2-3 semanas.
Assim que os sintomas desaparecerem e o indivíduo sentir-se bem, pode-se
retomar o treinamento específico, porém as atividades de treinamento
devem ser periodizadas e aumentadas lentamente, a fim de evitar recaídas.
OVERTRAINING ADSONÓIDEO (PARASSIMPATICOTÔNICO):
Redução do volume do treinamento, alternância no mesmo, treinamentos de
intervalos e intensivo. Jogos, ginástica (exercícios de relaxamento e
de força rápida), ambiente constante (mar, calor), luz, massagem (em
beliscões), utilização drástica de água (jatos energéticos), banho de
CO2, curtos períodos de sauna alternada com água fria, consumo total de
energia.
ALIMENTAÇÃO: Adequada, ácida, rica em
vitaminas e em proteínas, nenhum medicamento; café (0,2g de cafeína),
psicoterapia: para ativação.
Overtraining adsonóideo, requer semanas
ou até meses para ser eliminado. Após a retomada do treinamento, a carga
deve atingir o seu valor inicial (antes da interrupção do treinamento)
após umas seis semanas em ( em corroboração Israel-1976).
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